terça-feira, 22 de março de 2016

Eu e os acontecimentos das últimas semanas

Vivemos dias invulgares no Brasil. Sem entrar demasiado em todos os méritos da questão, quero apenas tocar em alguns pontos.
Todo o cidadão é considerado inocente até que se prove o contrário. Creio que ninguém põe essa máxima do estado democrático em questão. O que é questionável, parece-me, é que um cidadão sobre o qual pairam dúvidas, que está a ser investigado pelas entidades competentes para tal, que tem o seu nome envolvido em inúmeras situações dúbias, seja nomeado para um cargo público da maior importância. Será o momento mais adequado para tal? Normalmente, névoas deste género costumam gerar o efeito oposto...Não podemos também ignorar que, no caso, foi tudo feito com uma pressa inexplicável - tomada de posse antecipada em relação à data que se tinha estipulado primeiro, edição extra de diário oficial da união.

Por outro lado, acho louvável e admirável a forma como o povo brasileiro se tem manifestado nas ruas. De forma ordeira e pacífica exprimem a sua indignação e descontentamento. O que acho perigoso e lamentável é que no meio de toda esta situação, seja cada vez mais evidente o "nós e eles".  A coisa tem assumido uma tal proporção que nos vemos obrigados a pensar duas vezes na cor da nossa roupa antes de sair de casa, não vão uns pensar que estamos a defender os outros. O cerne da questão é esse mesmo: o Brasil não é de uns ou outros. O Brasil é de todos. O Brasil é para todos. Não se trata aqui de uma rivalidade de tipo futebolística. O governo brasileiro, seja ele qual ou quem for, serve o interesse do povo brasileiro. Enquanto essa for a motivação dos políticos no governo, está tudo certo. A partir do momento em que a motivação de quem governa é apenas manter-se a governar, alguma coisa de errado se passa. Peço desculpa se estiver errada, mas parece-me que nas últimas semanas a única coisa que o governo faz é tentar manter-se de pé. Pelo Brasil pouco ou nada tem sido feito. A senhora Dilma parece profundamente comprometida em ajudar os seus amigos, já que convida um para ser ministro e para o outro, que anteriormente ocupava esse cargo - mais uma vez, peço desculpa se estiver errada-, parece ter reconfigurado um novo cargo. Pergunto eu: não trará isso uma despesa ainda maior a um governo que se diz empenhado em cortar na despesa? Eu mesma valorizo muito as minhas amizades e há pessoas por quem me empenharia a fazer o qu e- atente-se na conjugação do verbo, sujeito a condição -  pudesse para ajudar. O que não podemos perder de vista é: a senhora Dilma e demais integrantes do governo ocupam cargos que os obrigam a dar total prioridade aos interesses e necessidades do povo brasileiro. É apenas a esse que devem urgência. Por isso, resta-nos torcer para que a justiça faça o seu trabalho, que as investigações se concluam o mais rápido possível e que, seja por qual caminho for, possamos seguir em frente, rumo a um Brasil melhor, mais maduro e mais justo. Não para eles ou para nós, mas para todos.

sábado, 5 de março de 2016

Coisas que me fizeram parar


Mais um detalhe delicioso da Rua Oscar Freire.

Para quem não conhece São Paulo, a Rua Oscar Freire é uma das ruas mais conhecidas da cidade. É uma rua comercial. É praticamente um shopping center a céu aberto. Ponto turístico. Quem por lá caminha, ouve todo o tipo de sotaques e de línguas pela rua, e vai ficar deslumbrado com a quantidade de lojas de marcas de luxo que por lá se encontra. De tudo um pouco. De livros, a malas, passando por roupa, canetas ou artigos de decoração. A mim, deslumbram-me particularmente detalhes como este, ou como o grafiti do post anterior, ou como outros que ainda vou retratar aqui. Simples, delicados, de uma beleza ímpar que nos faz sorrir à toa no meio da rua e...parar.
E é por estas e outras pequenas grandes coisas da vida que continuamos a caminhar.