quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Nós, a praia e a virose

Resolvemos ter uns belos e merecidos dias na praia. Lá fomos rumo ao Guarujá. Graças a todos os deuses não enfrentamos trânsito por aí além na ida. O entusiasmo era muito, principalmente porque o Principezinho nunca tinha ido à praia - já tinha visto o mar, mas em bebé, nada que lhe tenha ficado na memória. O calor beirava o insuportável e, passado cerca de 1h30, avistamos o mar. "Muito, muuuuuito legal", dizia o pequeno a apreciar, ainda dentro do carro, o mar pela primeira vez (que se lembrasse) na vida.
Os primeiros dias foram ótimos! A areia clara e fofa, o mar morno e calmo, com ondas ideais para as brincadeiras do Principezinho - que, com a nossa ajuda, até ondas pegou com a prancha de bodyboard!
Tivemos dois dias muito especiais. O calor continuava insuportável. Praia e piscina só eram possíveis de manhã cedo ou no final do dia. Nas outras horas do dia, não fosse o ar-condicionado do hotel e teríamos cozinhado!..Os preços dos restaurantes não eram dos mais...simpáticos. Mas, regra geral, comemos muito bem. E ao terceiro dia, começou a nossa tormenta. No começo da tarde veio a minha indisposição e, no final da tarde, depois de purgar, de todas as desagradáveis formas, tudo e mais um pouco do meu organismo, já estava num hospital local a soro e medicação. Diz-me o médico que é surto de virose. Depois de entrar na sala, percebo: mais seis pacientes com sintomas idênticos. A primeira medicação não surtiu qualquer efeito, pelo que, só não vomitei a alma porque não calhou! Só depois da segunda, mais forte, tudo acalmou. Regresso ao hotel, de rastos, deito-me e caio a dormir. Acordo à 1h com o Principezinho a vomitar. E lá passamos uma noite inteira a intercalar horas de sono com minutos de...bom, alguma confusão. Depois de duas camas mudadas e o dia nascer, foi a vez do pequeno levar uma injeção no hospital. Drama e pânico na hora da picada: o pai segurou-o com todas as forças e, tal era o desespero do miúdo que nem sentiu a agulha entrar nem sair. Só quando lhe disse "já passou, filho, já acabou" é que, com um ar desnorteado, deu tréguas aos gritos e choro. Esse dia foi de repouso - ou devo dizer de total e absoluta falta de forças de qualquer um de nós - passado integralmente no quarto de hotel. À noite, nova visita ao hospital para mais soro e injeções - mais drama e horror- e, no dia seguinte, já um pouco mais refeitos regressamos à capital. O pequeno já com energia, eu mal me aguentando em pé, e o pai com um começo de tudo aquilo que nós já tínhamos tido.
Uma semana depois, estamos todos bem. E eu ainda ganhei, pelos infortúnios da vida, um empurrão na minha dieta de 2015! (Há que ver o lado bom das coisas, não?)
Pena que não pudemos aproveitar mais a praia mas, valeu pelos primeiros dias. Que saudades que eu tinha de ouvir aquele som ronronado do mar!.. De ver aquela imensidão de água a entrar-me pela alma adentro! De ver as cores do nascer e pôr-do-sol pintadas no céu.
Praia: nos aguarde. We´ll be back!

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