"Se você quiser descobrir os segredos do Universo, pense em termos de energia, frequência e vibração." (Nikola Tesla)
https://youtu.be/SzJRPZNm8-w
https://youtu.be/rHvtROxCroA
O título não pretende ser um plágio mas uma vénia a esse grande livro desse grande escritor/cronista: As minhas aventuras na República Portuguesa (Miguel Esteves Cardoso). Neste humilde endereço, apenas um pouco de tudo, um pouco de nada, muito de mim.
"Se você quiser descobrir os segredos do Universo, pense em termos de energia, frequência e vibração." (Nikola Tesla)
Jesus abordou muitas vezes a questão de como nos relacionarmos uns com os outros. É assunto central dos seus ensinamentos. Sempre pregou o entendimento, a entreajuda, a empatia. Na base de tudo isso, está uma qualidade essencial: a humildade. Só quem olha para si mesmo, quem reconhece os seus próprios erros, falhas ou defeitos, pode criar uma abertura para realmente ver o outro. Eu percebo em mim, eu melhoro em mim, para depois poder acolher o outro. Aquela velha máxima: aquilo que eu não gosto no outro, não replico, aquilo que eu não gostaria que me fizessem, eu não faço, aquilo que eu admiro no outro, cultivo em mim. No Sermão da Montanha há uma passagem muito conhecida que é emblemática disso: "E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu olho?" É preciso humildade para olhar para as suas "traves" e coragem para as retirar. Só depois, poderemos gerar a empatia para tentar ajudar o nosso irmão com o argueiro dele. É muito fácil julgar os outros, notar as falhas no outro, criticar, mas "Não julgueis, para que não sejais julgados, porque com o juízo com que julgardes sereis julgados (...)" Cultive a humildade, e as suas relações florescerão.
"Escuta o teu coração, ele conhece todas as coisas; pois onde ele estiver, é onde está o teu tesouro." (Paulo Coelho)
Um dia destes, seguia eu a caminhar pela rua, e vejo um senhor a passear com o seu cachorro um pouco à minha frente. Alguns metros depois, o cachorro pára para fazer as suas necessidades. Prontamente, o senhor tira uma sacola do bolso e apanha as ditas necessidades do chão. Ainda estava eu a pensar "Que atitude louvável, de cidadania", a elogiar mentalmente o senhor quando, sem hesitar, e interrompendo bruscamente os meus elogios mentais, ele atira a sacola para a primeira árvore que lhe apareceu à frente! Lá ficaram as necessidades do bicho enfiadas num saco, no chão, ao lado de uma árvore. E eu: incrédula. O que parecia uma atitude tão boa, transformou-se, em poucos segundos, numa atitude, no mínimo, estranha. Mas fez-me refletir: quantas vezes julgamos uma atitude ao ver apenas uma parte dela? Se eu tivesse passado pelo senhor a caminhar na direção oposta e só tivesse visto a primeira parte da história, teria achado que o senhor tinha sido um cidadão exemplar. Quantas vezes uma boa atitude esconde uma má intenção? E o contrário também: quantas vezes julgamos mal algumas atitudes por não as entendermos completamente? Quantas vezes vemos apenas uma parte da história e criamos um julgamento totalmente equivocado? Aliás, a bem da verdade, nós vemos sempre apenas um lado, uma parte da história. Não nos apressemos a julgar, a rotular em bom ou mau. Até porque uma coisa boa pode revelar-se má e vice-versa. E, até em coisas que nos parecem más, como no episódio que narrei, há alguma coisa boa que se pode tirar: pelo menos, foi uma mina a menos no campo minado que se tornam certas calçadas. Evitou que alguém pisasse aquilo.
Um dos sermões mais bonitos de Jesus, na minha opinião, é o chamado Sermão da Montanha. É rico em ensinamentos, e aquilo que mais me chama a atenção é o quanto Jesus prega o Amor. Não apenas o amor a quem nos é próximo, mas um tipo de amor bem mais desafiante: àqueles que são nossos inimigos. Jesus defende, em cada palavra, o entendimento, o perdão, a compaixão, a entrega. Como os seus ensinamentos são atuais! Quando olhamos à nossa volta - e, admitamos, para nós mesmos - percebemos como é fácil cair na tentação de revidar. Principalmente hoje em dia, pós-pandemia, a tolerância das pessoas parece ter-se reduzido a níveis mínimos. Por vezes, coisas insignificantes, geram reações desmedidas. É bem mais fácil reagir, responder, devolver a agressão do que colocar-se no lugar do outro, compreender, ou até ajudar. E é esse o desafio que Jesus nos coloca: amai os vossos inimigos, "fazei bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos amaldiçoam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem". Não só ele pregou isso como realmente o viveu, em toda a sua vida. Foi um excelente professor, que viveu as lições que ensinou. Um Mestre. Perdoou a quem o caluniou, amou a todos, sem excepção. E aí está o grande desafio, pois "Se amais os que vos amam, que agradecimentos merecereis? Se fazeis o bem aos que vos fazem bem, que agradecimento merecereis?" Difícil é perdoar. Difícil é não devolver o insulto, o soco, a calúnia. Sempre que nos sentimos injustiçados, sentimo-nos no direito de responder, de nos defender. Aliás, há quem sinta, até esse dever, pois sente-se fraco ou humilhado caso não o faça. Mas defender-nos, muitas vezes, nada mais é do que um novo ataque. Em momentos de dúvida, pense: o que Jesus faria? Não temos de ser iluminados como Jesus a ponto de "oferecer a outra face", mas podemos, pelo menos, criar um momento de pausa entre a ofensa, ataque ou provocação e a nossa reação. Podemos tentar ser mais conscientes das nossas respostas. Quem sabe o mundo poderia ser um pouco mais pacífico, um pouco mais...amoroso.
Jesus começa a pregar a palavra de Deus. Alguns dos apóstolos começam a segui-lo. Uma das frases mais bonitas surge quando Jesus chama os irmãos pescadores Simão Pedro e André para o seguirem "farei de vós pescadores de homens". Outros irmãos pescadores, Tiago e João, também o seguem. Os relatos dos diferentes evangelhos quanto a este facto divergem um pouco. No entanto, o que mais chama a atenção é a forma intuitiva como a relação entre Jesus e estes quatro discípulos se estabeleceu. Ao que parece, eles já ouviam os ensinamentos de João Baptista e, sem hesitar, deixaram tudo para trás para seguir o Messias assim que o ouviram pregar. Jesus, por seu lado, chamou para o seu lado quatro jovens simples, aparentemente sem instrução, para o acompanharem no propósito de ensinar a palavra de Deus. Jesus viu além das aparências, além do óbvio, além das roupas, do conhecimento, da profissão. Ao escolher os seus discípulos diretos, Jesus observou neles as suas qualidades humanas, o seu potencial, a sua fé.
A seleção portuguesa de futebol feminino vai, pela primeira vez, participar de um Campeonato do Mundo!
Nesse ponto, eu sempre senti que nasci no tempo errado. Quando eu era miúda, adorava jogar futebol! (Ainda adoro, admito.) Era, sem dúvida, uma das minhas coisas favoritas. Naquela época, eu era uma das únicas meninas que gostava de jogar futebol e, na escola, passava os intervalos a jogar com os meninos. Modéstia à parte, jogava tão bem quanto a maioria deles. Os meninos da minha turma nunca se importaram que eu participasse. Incluiam-me. Os meus pais também nunca se preocuparam com isso. Se achavam estranho, nunca, em momento algum, o exteriorizaram. Sempre respeitaram os meus gostos, a minha maneira de ser, e sou-lhes grata por isso. Aliás, a minha mãe, com uma dose considerável de sacrifício, acordava cedo no sábado para me levar aos treinos na escola de futebol que frequentei por um tempo - onde, mais uma vez, era uma das poucas meninas - e o meu pai jogava comigo e com o meu irmão nos parques e quadras sem o menor complexo que se lhe percebesse. Até à adolescência, ninguém fazia pouco de mim por eu ser uma menina-maria-rapaz. O meu irmão também nunca se mostrou preocupado de jogar comigo na escola ou nos treinos dele - aliás, costumamos brincar que eu é que lhe ensinei os primeiros pontapés na bola. Depois houve um período em que alguns colegas na escola me provocavam "a Joana é 'macha': joga futebol!" Eu, claro, não gostava, mas não deixava de jogar por causa dessas brincadeiras e comentários infelizes.
Uma das qualidades que mais admiro em Jesus é a sua humildade. Ele sabia quem era e qual o seu propósito. Poderia ter adoptado uma postura orgulhosa, até presunçosa mas, ao invés, aceitava seguir, humildemente, o caminho traçado pelo Pai. Sabia o que tinha de fazer e aceitava-o de bom grado. Por isso, e para espanto de João Baptista, a sua jornada começa com o pedido para ser baptizado por João. João hesita, responde que ele é que deveria ser baptizado por Jesus. Mas Jesus insiste: tudo tem de ser como tem de ser, e o baptismo é a responsabilidade de João. Mais uma prova da sua humildade: não se considera superior a ninguém. Embora seja o Filho de Deus, enviado para nos salvar, sabe que todos temos o nosso papel a desempenhar. Mais do que isso: ao longo da Bíblia, percebemos o quanto Jesus admira João. Após o baptismo, dá outra prova de humildade e isola-se no deserto para se aprofundar no conhecimento de si mesmo.
Em momentos de dúvida, pense: o que Jesus faria? Ele foi um excelente professor, que viveu as lições que ensinou. Um Mestre.
Entrámos no período da quaresma. Este período de 40 dias antecede a Páscoa e simboliza os 40 dias e 40 noites que Jesus passou no deserto. Jesus, ao contrário de nós, sempre soube qual era o seu destino. Sempre soube o que teria de enfrentar. Temos de admitir: qual de nós teria capacidade de saber e aceitar o que nos espera lá à frente?
Após ser baptizado por João, Jesus prepara-se para iniciar a parte mais importante da sua jornada: divulgar a palavra de Deus. Ele sabe a importância do seu papel, sabe que será uma tarefa difícil, sabe as provações que o esperam. Apesar de tudo, Jesus sente as mesmas emoções humanas que nós: tem medo, dúvidas, momentos de fraqueza. Mas não vira costas ao desafio. Pelo contrário: desafia-se, além dos seus limites. Encara os seus medos de frente: afasta-se por 40 dias e 40 noites de jejum no deserto. Embora sentindo fome, mantém-se firme, embora o diabo o tente diversas vezes, oferecendo caminhos mais fáceis e menos dolorosos, ele resiste. Perante as dificuldades superadas nesses 40 dias, fortalece-se. A sua força vem de purificar-se (jejum) e da reflexão profunda (isolamento). A sua força vem de olhar para dentro, para si mesmo, e não dispersar a sua energia pelas coisas externas. E é assim que o seu propósito se torna inabalável: sabe quem é, sabe o que tem de fazer. Nada nem ninguém poderá demovê-lo.
Em momentos de dúvida, pense: o que Jesus faria? Ele foi um excelente professor, que viveu as lições que ensinou. Um Mestre.
Há um exercício de disciplina que tenho praticado, com alguma frequência nos últimos anos. Penso em alguma coisa que gosto muito e faça parte da minha rotina, e desafio-me a ficar sem ela por um período de tempo. Por exemplo: um mês sem comer doces, um mês sem tomar café. (Também pode ser ao contrário, introduzir alguma rotina: comprometer-me a fazer X abdominais todos os dias, por exemplo). Não, não é nenhum tipo de tortura auto-imposta. Claro, os primeiros dias custam um pouco. A mente pede aquele cafezinho para acordar, ou aquele doce para fechar a refeição com chave de ouro ou ajudar na TPM. A mente arranja todo o tipo de desculpa para nos permitir abrir uma excepção. Mas, a cada vez que me desafio dessa forma, percebo que, passada essa fase inicial mais difícil em que temos que dizer, com alguma dificuldade, "não, obrigada" a cada vez que, teimosamente, aparece a oferta do café ou do doce (sim, por mais que, em casa, eliminemos os itens, eles teimam em nos aparecer à frente nas mais variadas circunstâncias, até bem mais que o habitual!), a cada vez que dizemos "não" estamos, na verdade, a dizer "sim" à nossa força de vontade. A cada vez que dizemos "não" torna-se mais fácil, porque a disciplina e a força de vontade são um músculo que se fortalece a cada vez que o exercitamos. E, mais ainda: se, no começo, dizer "não" custa um pouco, passado um tempo, dizer "não" é bem mais recompensador do que seria tomar o café ou o doce. Não queremos mais ceder, não por obrigação auto-imposta ou sacrifício doloroso mas por prazer e felicidade de sabermos que estamos a seguir uma escolha consciente, por nos sentirmos senhores de nós mesmos, por gratificação de aprendermos a dizer "não" com leveza e desapego. Porque se pararmos para pensar: realmente escolhemos tomar aquele café ou comer aquele doce? Ou simplesmente cedemos a um impulso ou a um hábito instalado? Dizer "sou livre para comer os doces que quiser" não será, por vezes, um eufemismo para "eu sou escravo da minha necessidade de comer doces"? Na minha experiência, digo-vos que, por mais antagónico que pareça, quanto mais digo "não", mais livre me sinto.