quinta-feira, 21 de março de 2024

Eu e a beleza de cada um


 São Paulo está florida. Flores violeta, cor-de-rosa, brancas e amarelas cobrem as árvores pela cidade. Nas primeiras vezes que me deparei com elas pensei "Que árvores bonitas!.. Bom, não são como os ipês, mas são bonitas." Dia após dia, fui admirando mais a sua beleza, as suas cores únicas e, acima de tudo, fui procurando evitar a comparação com os ipês. Claro que a beleza destas árvores não é comparável com a dos ipês, porque cada uma tem a sua beleza própria. Os ipês causam-nos um deslumbramento que é difícil de igualar. Ficamos estarrecidos. Mas estas árvores, são lindas na sua forma mais singela, com flores delicadas, mas cores fortes. O violeta, principalmente, é lindíssimo e destaca-se na paisagem da cidade. Se olharmos para estas árvores à procura da beleza de um ipê, vamos decepcionar-nos. Se as admiramos com a sua beleza própria, vamos encantar-nos.
Às vezes, tudo depende da perspectiva com que abordamos alguma coisa. O peso das expectativas, pode estragar muitas experiências e interações. É preciso perceber o que está à nossa frente, quem está à nossa frente, para que possamos ter a melhor experiência possível, mais completa, única. Quando for saborear um morango, saboreie aquele morango, não o que comeu na semana passada, ou o que comia na sua infância. Não o compare com nenhuma outra experiência. Quando assistir a um concerto, ouça a música desse concerto, não reviva o concerto a que assistiu no passado. É preciso ver o que realmente está à nossa frente para que possamos deleitar-nos na experiência.

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