quinta-feira, 21 de março de 2024

Eu e os erros

Se eu escrver uma palavra errada pelo meio do caminho de um texto, o seu cérebro vai lê-la corretamente. Não vai atrapalhar a sua compreensão. Às vezes, nem sequer se apercebe do erro. (Percebeu o meu erro na primeira frase deste texto?..) Isto porque o nosso cérebro é especialista em poupar energia criando atalhos: quando lê uma palavra parecida com outra que já conhece, assume que se trata dela mesma e não gasta mais tempo nisso. Então, estamos sempre a observar o mundo através das informações que já temos. Nunca vemos o mundo como ele é. Vemo-lo através dos filtros e automatismos que vamos criando. Isso significa que podemos estar a olhar para várias "palavras erradas" todos os dias sem nem nos apercebermos disso. São os nossos conhecimentos, experiências, crenças que vão criando as lentes através das quais vemos e interpretamos o mundo à nossa volta. Nada no mundo é só preto ou branco: tudo depende das cores que temos nas nossas lentes. Exatamente por isso, há pessoas que passam pela mesma experiência de forma muito diferente - por exemplo uma doença ou o luto. A verdade é que não há um mundo apenas a ser visto, mas cerca de 8 bilhões de formas de ver o mundo. Não se renda às "palavras erradas", não se limite pelas suas crenças ou vivências passadas. O mundo é vasto e cheio de possibilidades. Não dá para prestar atenção a tudo, mas em cada coisa que fazemos deve estar toda a nossa atenção. E, com essa presença, podemos abraçar a grande questão: de que forma escolhemos ver o nosso mundo? 

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