quinta-feira, 3 de agosto de 2023

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Nós, no Ocidente, temos a tendência para confundir o que é "Eu" com o que é "meu". Tenho duas pernas, mas não sou as minhas pernas. Tenho dois braços mas não sou os meus braços. Tenho uma mente, mas não sou a minha mente. Essa é a maior confusão de todas: temos pensamentos, mas não somos os nossos pensamentos. A nossa mente é, em traços gerais, uma ferramenta. É a ferramenta através da qual interpretamos e interagimos com o mundo à nossa volta.
A nossa mente são as lentes através das quais vemos o mundo, o computador com o qual processamos os dados coletados e o instrumento através do qual projetamos na realidade uma reação ao que deciframos. É uma ferramenta que deveria ser utilizada a nosso favor mas, muitas vezes, deixamos que trabalhe contra nós. Inunda-nos de pensamentos repetitivos e destrutivos, circunscreve a nossa visão do mundo a "caixinhas" que ela mesmo criou e mantem-nos na ilusão da identificação que criamos com ela. "Penso, logo existo". Temos cerca de 70 mil pensamentos por dia, sendo que mais de 90% são fruto do nosso inconsciente (piloto automático). Mas... e no espaço entre um pensamento e outro? E por trás de cada pensamento, quem está? Quem ou o quê gera os pensamentos? E, na ausência deles, o que fica, quem somos? Não se deixe aprisionar pela sua mente. Mergulhe fundo, no seu silêncio, onde a mente não alcança.
“O que fica atrás de nós e o que repousa à nossa frente têm muito pouca importância, comparado com o que há dentro de nós.” (Ralph Waldo Emerson)

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