quarta-feira, 10 de maio de 2023

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Faleceu a Rita Lee, ícone da música brasileira. Desde que se soube a notícia, ontem e hoje, merecidamente, têm proliferado as homenagens à cantora. Na televisão, ouvimos vários e vários trechos dos grandes êxitos dela. E são muitos! E maravilhosos. Dei por mim a cantarolar e "a arranhar" boa parte das músicas. Então, lembrei-me que, quando eu era pequena, os meus pais costumavam ouvir o vinil dela. É daí, da minha infância, que conheço a maioria das músicas dela. Isso fez-me pensar: se eu tenho na memória, escondido, aqui em algum canto recôndito da mente, letras das músicas da Rita Lee, o que mais anda atafulhado por aqui? A nossa mente é um verdadeiro sótão, daqueles dos filmes, cheio de caixas e mais caixas empilhadas, etiquetadas com diferentes nomenclaturas (boa, má, conhecimento, inútil, etc). Algumas estão bem guardadas, organizadas, e recorremos a elas frequente e conscientemente, mas outras estão escondidas em cantos escuros, cheios de teias de aranha e, muitas vezes, nem temos noção que elas existem. Na maioria das vezes, apetece deixar tudo como está, porque dá preguiça de começar a arrumar tamanho caos, e também dá medo do que vamos encontrar ali. Mas arrumar as nossas lembranças e vivências,  é essencial para que possamos viver com mais equilíbrio. Porque aquele sótão, lá em cima, cheio de "fantasmas", assombra as decisões e reações que temos todos os dias. Todas aquelas memórias vivem e manifestam-se nas nossas reações emocionais. Nos cantos escuros do sótão, estão muitas das respostas que procuramos para o por quê somos como somos, reagimos como reagimos, acreditamos no que acreditamos. Acessar essas caixas, permite-nos decidir se o que está lá nos serve no momento presente ou não. Ninguém está condenado "a ser assim" ou  "a fazer assim" para sempre. Podemos decidir como queremos ser e fazer as coisas. Como disse a Rita Lee "um belo dia eu resolvi mudar, e fazer tudo o que eu queria fazer." Que tal começar uma reciclagem?

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