quinta-feira, 18 de maio de 2023

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Diz a sabedoria popular que "Deus escreve direito por linhas tortas" e que "o acaso é o pseudónimo de Deus quando não quer assinar." Quantas sincronicidades acontecem ao longo da nossa vida? Quantas tiveram um impacto significativo na nossa vida? Quantas foram subtis mas efetivas?
Quantas vezes ouvimos na rádio aquela música que tínhamos pensado recentemente que há muito tempo não ouvíamos? Temos notícias de alguém de quem nos lembrámos recentemente, do nada, ou porque passámos por alguém muito parecido na rua? Vem parar ao nosso feed da rede social o texto certo, o vídeo perfeito sobre o assunto que nos tem tirado o sono? Quantas respostas surgem, à nossa volta, disfarçadas de filmes, músicas, séries, frases em propagandas, livros? Coisas que caem como uma luva em dúvidas, anseios que ocupam a nossa mente e coração. Podem estar escancaradas, inequívocas, ou podem surgir como sugestões, mensagens implícitas, subliminares.
Nós funcionamos como uma antena: ao mesmo tempo que estamos constantemente a emitir um sinal de frequência (através dos nossos pensamentos, palavras e ações), também estamos a captar sinais idênticos ao que emitimos. Quando estamos focados em algum assunto/problema, é comum e normal que esse assunto nos apareça mais. É nele que estamos sintonizados, é nele que repousa a nossa atenção (ou leia-se energia) e o mundo à nossa volta reage à nossa frequência. Quem é da minha geração ou mais velho, lembra-se das televisões antigas em que colocávamos a antena em cima e, paciente e lentamente, girávamos a antena, movíamo-la de um lado para o outro, milímetro a milímetro, com maior ou menor inclinação até captar a imagem mais nítida possível. Em momentos de dúvida, não se contente em olhar para uma televisão com estática. Isso apenas o deixará estagnado. Lembre-se de ajustar a sua antena, subtilmente, pouco a pouco, e preste atenção às imagens que vão surgindo. Mesmo as sombreadas ou disformes, porque até nessas pode encontrar indícios da resposta que procura. Não deixe que a dúvida e o medo o deixem preso à estática, continue a sintonizar e, quando menos esperar, as sincronicidades acontecem e terá uma imagem clara e nítida à sua frente. 

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