domingo, 24 de dezembro de 2023

205-365





Ontem, durante a minha última aula do dia, a noite começou, aos poucos, a surgir no céu. A minha aluna, ao olhar pela janela, comentou "Olha só como o céu está lindo!.. Mais claro em baixo e mais escuro em cima." Ambas tiramos fotografias e contemplamos um pouco aquele azul. Eu conheço-o bem. Aquele azul vive dentro de mim, enraizado, desde aqueles fins de tarde de treino de futebol em que me preenchia por completo no Estádio Universitário em Lisboa. Sentava-me em qualquer lugar e contemplava aquele céuzão abobadado sobre a cabeça, naquele azul forte, quase metalizado. Aquele mesmo azul que eu contemplava da claraboia da casa de São Julião. Aquele azul que me acompanhava tantas vezes no regresso a casa em Lisboa, e que me tem acompanhado várias vezes aqui nas últimas semanas. Claro, nunca é exatamente o mesmo azul, é sempre um novo azul, um novo céu mas, ainda assim, é sempre "aquele azul": o que mexe cá dentro. São versos diferentes, mas sempre poesia para os meus olhos.

Sem comentários:

Enviar um comentário