domingo, 24 de dezembro de 2023

207-365

Procurar os presentes pela casa. O cheiro do musgo do presépio. As luzes da árvore. Ajudar a avó a bater a massa das filhós e vê-la aconchegar, num cobertor quentinho, a massa com a cruz de Cristo desenhada. Juntar a família. Bacalhau. Cocktail de camarão. Salada de frutas. Doces. Mais doces. Mais salada de frutas. Um filme. Perguntar que horas são. Jogos. Perguntar quanto tempo falta para a meia-noite. Conversa. Risos. Filhós. Perguntar que horas são. Montes de presentes organizados para cada pessoa. Os mais novos começam a abrir. Tentar adivinhar o que é o presente apalpando e abanando o embrulho. Surpresas. Alegrias. Mimos. Abraços e beijos. Amor. Pilhas de papel de embrulho rasgado. Dormir tarde depois de montar alguma coisa nova que ganhou de presente. Deixar todos os presentes organizados num novo monte no quarto, agora fora do papel de embrulho. Dormir com um sorriso no rosto. Acordar mais tarde, com o mesmo sorriso. Estrear a roupa nova que a avó fez. Mais comida deliciosa. Mais doces. Mais filhós. Frio. Aquecimento ligado. Sair para ver as luzes de Natal. Não encontrar nenhum café aberto. Voltar para casa. Brincar com as coisas novas. Procurar lugar no quarto para as coisas novas.
No próximo ano, haveria mais. Houve sempre mais. (E tudo ainda há em mim, eterno.)

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