sábado, 1 de abril de 2023

90-365

 


Ontem estava a dar o Matrix na televisão e assisti a parte do filme. Por mais vezes que assista, sinto-me sempre maravilhada pela genialidade do filme, permeado por tanta sabedoria milenar! Logo no começo, Morpheus dá a Neo a escolha entre permanecer naquele mundo conhecido, ou conhecer a Verdade. Dá-lhe a escolha de permanecer na ignorância ou enfrentar o caminho da Verdade - a famosa escolha entre a pílula azul ou vermelha - o que sempre me lembra da alegoria da caverna de Platão e do versículo da Bíblia "a Verdade te libertará" (talvez não por acaso, ao tomar a pílula vermelha, Neo acorda do seu sono forçado e liberta-se, iniciando a sua jornada). Quando Neo questiona o que é real, Morpheus responde "Se estás a falar do que consegues sentir, do que podes cheirar, provar, ver, então, "real" são simplesmente sinais elétricos interpretados pelo cérebro."
Um pouco mais à frente, Morpheus diz "Liberta a tua mente. Eu posso abrir a porta, mas és tu que tens de atravessá-la. Só posso oferecer-te a Verdade. Não disse que seria fácil." No treinamento de Neo, ao defrontar-se numa luta de kung-fu, Morpheus diz-lhe "Não penses que és mais rápido, sente e sabe que o és! Não tentes acertar-me, acerta-me!", o que nos traz à memória outro grande sábio do mundo geek, mestre Yoda "Faz ou não faças. Não existe tentativa." Morpheus oferece a Neo a possibilidade de sair do mundo das ilusões em que vive (Matrix) e conhecer o mundo real. Mais do que isso, mostra-lhe que Matrix é regido por regras mas que dentro dele, na sua mente, está o poder de manipular essas regras a seu favor, o poder de criar.
Precisamos de mais Morpheus neste mundo: pessoas que nos digam que somos mais poderosos do que pensamos ou acreditamos, pessoas que nos apontem para o conhecimento que já está aqui, dentro de nós, no nosso corpo, pessoas que nos façam acreditar e viver o nosso potencial. Na verdade, não precisamos de mais Morpheus, apenas de tirar o foco de tudo à nossa volta que nos diz que precisamos mais disto e daquilo, que nos faz crer nas limitações, e prestar mais atenção a todos os "Morpheus" que já andaram por aqui (Jesus mesmo disse-nos que podemos fazer as obras que ele fez), e a todos os que por aqui andam agora.
A grande questão, no final, é: escolhemos a pílula azul ou a vermelha?

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