domingo, 2 de abril de 2023

O que Jesus faria (15)

Jesus também sentiu medo. "E tomou consigo a Pedro, e a Tiago, e a João e começou a ter pavor e a angustiar-se. E disse-lhes: A minha alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui e vigiai." E então, pediu a Deus que o poupasse do que estava por vir: "...prostrou-se em terra; e orou para que, se fosse possível, passasse dele aquela hora. E disse: Pai, todas as coisas te são possíveis; afasta de mim este cálice; não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres."

Quantas vezes sentimos medo, incerteza em relação ao futuro? Quantas vezes precisamos, como Jesus precisou, do apoio das pessoas que amamos e em quem confiamos? Isso não nos torna mais fracos. Apenas humanos. Medos e dúvidas fazem parte da nossa natureza. Assim como deve fazer parte da nossa natureza confiar que estamos à altura dos desafios que se nos apresentam. Saber que tudo acontece por uma razão e que nem sempre cabe ao nosso entendimento perceber todas as razões de todas as coisas. Também tem que fazer parte da nossa natureza ter a coragem de enfrentar os desafios, mesmo com medo, se for preciso. E também deve fazer parte da nossa natureza pedir ajuda quando sentirmos necessidade. Assim como Jesus, Arjuna, protagonista de Bhagavad Gita, também sentiu medo e dúvidas. Desses sentimentos nasce, com Krishna, um dos diálogos mais bonitos e ricos em ensinamentos de todas as Escrituras. Também Siddhartha Gautama saiu pelo mundo, numa vida ascética, à procura de respostas. Foi por não as encontrar que ficou 40 dias sob uma árvore, em silêncio, e aí se tornou Buda, o iluminado.
Que tenhamos a coragem de assumir as nossas dúvidas e procurar as respostas, de reconhecer os nossos medos e enfrentá-los, com a certeza de que nunca estaremos sozinhos no caminho.

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