domingo, 10 de setembro de 2023

166-365

 



Gosto desta árvore. Sempre que passo por ela, sinto que ela está vestida a rigor para cumprimentar quem por ela passa. Elegante e vistosa. Há semanas que andamos a cumprimentar-nos. Ela acena-me ao sabor do vento, e eu paro e reverencio-a. Nenhuma fotografia minha lhe faz jus. Não se nota a sua nobreza, graça e beleza. Não se vêem os seus quase passos de dança, graciosos, ora subtis ora vigorosos, e em que algumas folhas se soltam esvoaçantes a rodopiar pelo ar como uma talentosa patinadora a rodopiar no gelo. E pensar que, enquanto eu a contemplo e ela me acena, entre nós há uma colaboração vital em que eu recebo o seu oxigénio e ela acolhe o meu dióxido de carbono? Deleito-me a observá-la e deleito-me nesta constatação de que há muito mais na vida para além daquilo que está ao alcance dos nossos sentidos. 

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