domingo, 10 de setembro de 2023

167-365

 Um dia destes, vi um sabiá pousado num ramo de uma árvore a cantar. Bico apontado para cima, peito a inflar, e o canto, tenazmente, a sobrepôr-se ao ruído do trânsito de São Paulo. Olhei em volta para ver se era seguro pegar no telemóvel, e tentei filmá-lo. Ao observá-lo através do ecrã do telemóvel, perdi-o de vista.

Ontem estava a filmar a minha mão no piano para gravar uma melodia que estava a pairar na minha mente. Ao ver a minha mão através do ecrã, fiquei um pouco desorientada, com uma noção distorcida do teclado.
Será que, muitas vezes, não andamos a perder coisas importantes de vista ou a ver coisas distorcidas porque estamos a olhar para a realidade através de um pequeno e limitado ponto de vista? O que poderemos perceber à nossa volta se sairmos da "caixa" e alargarmos os horizontes? Fica a reflexão.

Sem comentários:

Enviar um comentário