quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Eu e a Barbie

Eu tive uma Barbie. Uma Barbie, um Ken e uma Skipper. Os meus pais e o meu avô construíram, em madeira, uma verdadeira mansão para eles, quase da minha altura, com vários cómodos mobiliados e ofereceram-me como presente de Natal. Eu era apaixonada por ginástica, por isso as minhas Barbie e Skipper eram ginastas e um dos cómodos da casa era um ginásio. Muitas vezes, eram essas as brincadeiras: treinos e competições de ginástica, porque isso era o que eu mais gostava no mundo. Passados alguns anos, deixei de brincar com elas - preferia eu mesma fazer ginástica e criar os meus campeonatos imaginários - , e acabamos por doar tudo a um orfanato.

Quando, há meses atrás, estreou o filme da Barbie, não senti especial nostalgia, nem sequer grande curiosidade de ver o filme. Honestamente, não percebi a onda de entusiasmo que se criou à volta do filme. Algumas alunas minhas que o foram ver ao cinema, vinham desanimadas "não percebi nada do filme, Joana. Não gostei..." De facto, o filme, apesar da estética cor-de-rosa, bonitinha, algo infantil, não é para crianças. E é, sim, maravilhoso. Foi uma grata surpresa para mim. Comecei a vê-lo sem qualquer expectativa, nem sabia bem qual era a temática, e foi captando a minha atenção a cada cena, a cada frase, a cada boa alusão a outros filmes (como Matrix ou 2001 Odisseia no espaço). O filme diverte mas é, acima de tudo, um convite à reflexão, não apenas a respeito da sociedade em que vivemos, do que é ser mulher mas, principalmente, do que significa ser humano. "Quem somos se esquecermos tudo aquilo que achávamos que nos definia?" Com frases inspiradoras e provocativas, e uma mensagem muito bonita, é um filme que vale a pena ver, como excelentes interpretações. (Na minha opinião, só peca por um excesso de cantoria...Algumas partes musicais, tornam-se cansativas.)

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