quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Eu, o Théo e os abraços

 


O Théo, o nosso cão, não gosta de abraços. Adora carinho. Quando começamos a fazer carinho na cabeça dele ou no peito, se paramos, ele puxa a nossa mão com a pata dele para continuarmos. Costumamos brincar com ele "és insaciável!" Adora deitar-se perto de nós, em cima dos nossos pés ou com a cabeça no nosso colo. Mas não gosta de abraços. Se o abraçamos, poucos segundos depois já começa a resmungar. Se não o largamos, a reclamação sobe de tom...Nós gostamos tanto, mas tanto dele que, quando olhamos para ele, aquele focinho lindo, aquelas orelhas expressivas, aquele olhar doce temos, literalmente, vontade de o apertar num abraço bem demorado. Adoramos este peludinho, e temos vontade de lhe demonstrar o nosso carinho através de abraços apertados. Para nós, um abraço é demonstração de amor mas, para ele, esses abraços apertados são, tudo menos uma coisa boa. Deixam-no inquieto, desconfortável, até assustado.
Nem sempre o que achamos que é melhor para o outro, é. Às vezes, há gestos nossos que são carregados de amor, carinho e atenção e não são percebidos pelo outro dessa forma, ou nem são percebidos de todo. Porque não somos todos iguais, não tivemos vivências iguais, aquilo que para uma pessoa é uma inequívoca manifestação de amor, para outra pessoa é supérfluo. Aí residem muitos equívocos: esperar dos outros o que seria a nossa manifestação, e não saber receber dos outros o que é a deles. É preciso perceber se é abraço apertado que o outro gosta e precisa...

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