quinta-feira, 30 de novembro de 2023

195-365

 Muitas vezes, ao dar aula de piano, vejo o mesmo movimento nos meus alunos (que o meu professor também via e corrigia em mim): nas passagens mais difíceis, contraem o corpo. O ombro sobe, o pulso e antebraço contraem-se, e os dedos acabam por "prender". O corpo contrai porque a mente se contrai no pensamento "é muito difícil, não vou conseguir". Quando a mente se encolhe na crença de que não é possível, o corpo também o faz. Sempre que vejo isso em algum aluno ou o percebo em mim, digo o mesmo que o meu professor dizia "pensa que é fácil!" É preciso abordar essas passagens com leveza, porque se a mente faz esse movimento de "é difícil", o corpo reage em contração e, com isso, diminuimos a capacidade de concretizar a tarefa a que nos propomos. O corpo encolhe, deixa de atuar no máximo do seu potencial. Mas não basta tentar relaxar o corpo, é preciso partir da mente: se a mente se expande para a possibilidade de conseguir, o corpo reage com abertura. Quanto mais pensamos que uma passagem no piano é difícil, mais difícil se torna passar por ela com êxito. Talvez o mesmo aconteça com todas as coisas da nossa vida: quanto mais encaramos as dificuldades de peito aberto, "como se fossem fáceis", talvez mais fácil seja passar por elas. A abertura na mente, o peito aberto, abre os caminhos do corpo, e isso ajuda-nos a navegar na vida com mais leveza. Fica a dica: "pensa que é fácil."

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