quinta-feira, 30 de novembro de 2023

199-365

Entre nós, chamávamos-lhe Mestre. Como se fosse o Obi Wan Kenobi na nossa vida. Não porque nos desse as respostas, mas porque sempre soube fazer as melhores perguntas. Hoje sei que, na cultura indiana, Mestre é "aquele que remove a escuridão" (da ignorância), ou "aquele que inspira a centelha do conhecimento." Então, nada mais certo do que ele ter sido o nosso Mestre. As perguntas que nos lançava, faziam-nos olhar para qualquer ponto escuro, mergulhar nele e procurar a luz que lá existia. Não era as respostas que ele procurava dar-nos, mas a sugestão da reflexão. Foi com ele que percebi a importância de saber fazer as perguntas certas. Foi ele que me deu a conhecer Osho, Khalil Gibran, Fernando Pessoa, José Gomes Ferreira e Sebastião da Gama. Foi ele que me emprestou "Senhor Deus, esta é a Ana." Foi ele que me deu "o livro das minhas histórias" em branco - que estou a preencher, e que vai ser o primeiro a ler, como lhe prometi. Foi meu ombro amigo, foi no seu abraço que encontrei um porto seguro, no silêncio que partilhávamos de forma tão especial. Aquele silêncio que era só nosso, que só nós ouvíamos e compreendíamos, no nosso olhar, sempre cúmplice. Foi professor, amigo, Mestre, pai, padrinho. O bonito da amizade é que, mesmo quando a vida nos leva por caminhos diferentes, ela continua a viver dentro de nós. O meu carinho e admiração por ele são eternos. Sempre, sempre terá um cantinho muito especial no meu coração. E, hoje, no teu dia, quero desejar-te um ano repleto de lindos pôr-do-sol, belas músicas, muito mar, bons livros e filmes e, acima de tudo, muitos abraços e momentos felizes com quem mais amas. Feliz aniversário, meu Mestre pa(i)drinho! Que a vida te sorria sempre, da mesma forma que tu sempre soubeste sorrir-lhe com o teu olhar cheio de doçura. 

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