quinta-feira, 16 de novembro de 2023

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Com o passar do tempo, percebemos cada vez mais, o valor do tempo que passa. Queremos aproveitá-lo o melhor possível. Não queremos desperdiçá-lo com coisas que achamos que não valem a pena. Por isso, cada vez que escolho ver um filme ou uma série, fico realmente frustrada quando chego ao fim e penso "não acredito que perdi o meu tempo a ver isto..." Felizmente, não foi o caso ontem ao ver o filme "um lindo dia na vizinhança" (netflix), com o Tom Hanks. Só por si, ver o Tom Hanks a atuar já é um enorme prazer e privilégio. Neste filme, mais uma vez, ele esbanja talento e carisma.

O filme é uma história biográfica do apresentador de televisão Fred Rogers, famoso nos Estados Unidos da América pelos seus programas para o público infanto-juvenil. O jornalista Lloyd Vogel é escolhido para escrever o perfil do apresentador para a revista em que trabalha. Ao conhecer o apresentador, a sua vida começa a mudar e, ao longo da história, os dois constroem uma bonita amizade. Rogers é um homem encantador, gentil, e de uma sabedoria inspiradora. Uma das mensagens mais bonitas que nos transmite é que não temos de evitar ou esconder as emoções, mas sim aprender a reconhecê-las e a encontrar ferramentas que nos ajudem a lidar com elas. Um dos exemplos de formas de lidar com a raiva que ele dá? "Apertar todas as teclas graves do piano ao mesmo tempo" - essa, eu conheci muito bem durante anos!
O filme tem uma arte muito bonita, em que mistura imagens dos programas de Rogers com imagens de maquetes dos cenários onde a história se desenrola. Tudo muito sensível, singelo. Há um minuto do filme, em particular, uma sequência de 60 segundos, que já faria todo o filme valer a pena. Tenho a certeza que toda a gente que vê este filme, mergulha naquele "1 minuto" junto com os personagens e emociona-se tanto quanto eles.
Rogers é-nos apresentado como uma pessoa absolutamente incrível, admirável. Gentil, calmo, compreensivo, altruisticamente generoso, com um senso muito grande de servir aos outros, de saber ouvir o outro.. Em alguns momentos, parece... perfeito, um santo. Mas o detalhe do final do filme, mostra-nos que ele, apesar de ser aquela pessoa encantadora e tranquila é tão humano como todos nós. Talvez tenha, apenas, mergulhado e abraçado a sua natureza humana de uma forma tão profunda que aprendeu a navegar nela com serenidade, apesar de qualquer intempérie. Foi esse o  caminho que inspirou o jornalista Vogel e, com certeza, todos os que assistirem o filme.

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