quarta-feira, 21 de junho de 2023

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O círculo das minhas "fronteiras imaginárias"











Todos os dias faço os mesmos caminhos para dar as aulas e, muitas vezes, dou por mim a pensar nas fronteiras imaginárias que criei para mim em relação a São Paulo. Sei, em todos os sentidos da cidade, quais são os pontos mais longe aos quais vou. Para mim, São Paulo acaba ali, naqueles exatos lugares. Naquela subidinha, antes daquela ponte, perto daquele parque, no meio daquelas avenidas, no começo daquela rua. Isso representa, na imensidão de São Paulo, um minúsculo círculo. A minha percepção de São Paulo é totalmente limitada ao que vivencio da cidade. Para mim, São Paulo é isto, esta meia dúzia de bairros - que, ainda assim, como lisboeta que sou, para mim, corresponde a uma área considerável. Dei por mim a pensar que a nossa percepção da realidade também é assim, limitada ao que vivenciamos, limitada ao que os nossos sentidos abarcam, ao que as nossas crenças permitem. Estamos sempre dentro de "fronteiras imaginárias", e a realidade é sempre tão mais vasta do que nos permitimos ver e percepcionar! Não vemos a realidade como ela é, mas como somos no momento em que a olhamos. Observe as fronteiras em que se move. Em quais delas quer realmente manter-se? O que não está a permitir-se (vi)ver?

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