quinta-feira, 29 de junho de 2023

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Há uns dias, numa aula de piano, em conversa com a minha aluna comentei que rasguei um pouco da bainha (barra) das calças ao tirar o ténis do pé. Ela comentou, arrepiada "Ai, não gosto desse som, de roupa a rasgar. Me dá aflição!" Eu comentei "A mim dá-me aflição o som do giz a arranhar a lousa." E refleti: "Interessante como há sons que nos afetam, negativamente, de uma forma física. Muito além de questões de empatia ou gosto, é realmente uma questão física: sentimos um arrepio, um desconforto no corpo, uma aflição. E, então, lembrei-me de como os gregos, na Antiguidade Clássica, já acreditavam que diferentes instrumentos, sons e tipos de música nos afetam de forma diferente e, por isso, deveríamos apenas ouvir a música/instrumentos que eleva a nossa alma (e não a que a corrompe). Também me lembrei de uma frase de Arvo Pärt que eu adoro "Sabe que há sons que podem matar? Então, eu acredito que também há sons que podem fazer o inverso." Comentei com a minha aluna "Os sons vibram a certas frequências. E há frequências que nos afetam de formas distintas. Assim como há sons que nos afetam de uma forma tão negativa, há frequências sonoras que têm o poder de nos curar! Por mais esotérico ou místico que possa parecer, se pararmos para refletir, faz todo o sentido que seja real. Se o meu corpo e a minha mente podem rejeitar tão profundamente alguns sons e se esses sons podem afetar-me de uma forma tão profunda, por que outros sons não podem ter o poder de criar em nós, com a mesma intensidade, harmonia e equilíbrio? Aliás, experiências feitas com areia em uma placa que vibra a frequências de som diferentes, demonstra como a areia, em certas frequências, se reagrupa em formas absolutamente simétricas e organizadas. Nós, o nosso corpo, é feito da mesma matéria e elementos de tudo o que nos rodeia. Por que o nosso corpo seria diferente e deixaria de reagir de forma coerente à exposição a certas frequências? Se esquecermos os bloqueios mentais que nos dizem "isso é impossível", é fácil aceitar a conclusão mais lógica: o som cura.

* Vídeo da experiência com a placa de som:  https://www.instagram.com/p/Ci0zJsTobpm/?igshid=MTc4MmM1YmI2Ng==

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