sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

20-365

 



 
Um dos livros cuja leitura foi mais impactante para mim nos últimos anos foi "conversas com Deus" de Neale Donald Walsch. No primeiro volume, ele apresenta um conceito muito interessante: seja a fonte daquilo que gostaria de receber. Quer amor na sua vida? Dê amor. Quer respeito? Dê respeito. Quer perdão? Perdoe. Quer abundância? Doe. E entra mais a fundo: se eu quero, desejo abundância, é porque não tenho. Se não tenho, como posso dar? Eu quero, não tenho, continuo a sentir que não tenho, e continuo a querer, e a não ter. Mas... quando damos - e, sempre, sempre, temos algo para dar - sentimos que temos. Porque ninguém dá o que não tem. Eu passo todos os dias por um grupo de moradores de rua. Vejo como eles interagem, como partilham as coisas uns com os outros. Se um morador de rua tem algo para dar ao vizinho, que dirá de nós? Qual é a nossa desculpa? Além do mais, abundância não é só dinheiro. Quer sentir abundância? No seu duche, celebre a água abundante na sua casa. A qualquer momento, respire fundo e perceba a abundância de oxigénio à sua volta. No almoço, agradeça a abundância de comida que tem todos os dias. Doe atenção, tempo, conhecimento. Há outra questão muito importante (e com comprovação científica): quando doamos, isso libera em nós exatamente a mesma química da felicidade (como endorfina ou serotonina) do que a pessoa que recebe. Realmente dar é recompensador. Faz-nos felizes. Fisiologicamente. Por isso é tão fácil sentirmo-nos gratos quando doamos, tanto quanto quando recebemos. Dar abre, de facto, em nós o caminho de receber. Ao dar, abre-se espaço em nós. Talvez até por fazer-nos sentir que somos meritórios de receber, como uma argila, moldamo-nos para conseguir acolher o que vier.
Sim, em dias difíceis em que tudo corre mal e o dinheiro não chega para pagar as contas, é difícil pensar que temos abundância. Mas exercite. Vá criando espaços. Não espere que as coisas venham para gerar as emoções: crie as emoções para que as coisas venham. Se olharmos bem, há sempre alguma coisa abundante de bom na nossa vida. Nem que seja a fé e a coragem. 

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