quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

25-365

 


Uma das minhas coisas preferidas em São Paulo é a quantidade de borboletas lindas que vemos por aqui. Grandes, pequenas, médias, coloridas, pretas e brancas, amarelas. Não sei explicar porquê, mas quando vejo uma borboleta a voar perto de mim, não consigo evitar sorrir. É espontâneo, imediato. Vejo-as bater asas por aí, a espalhar beleza pela cidade, e penso nas palavras de Fernando Pessoa "Às vezes ouço passar o vento, e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido." Cada borboleta que eu vejo por aí exerce esse efeito em mim: relembra-me o privilégio que é estar neste mundo. Os breves segundos em que elas me rodeiam, parecem-me como acenos da Natureza: elas cumprimentam-me, eu sorrio-lhes, elas presenteiam-me com mais alguns momentos de contemplação e seguem o seu caminho deixando o meu mais leve. De vez em quando, consigo registrar o nosso breve encontro. Este, foi especial. Depois de voar ao pé de mim por alguns segundos, pousou. Por uns segundos as asas ainda oscilavam lentamente. Até que parou com as asas bem abertas. Sei que não foi para mim, claro, mas aproveitei para tirar uma foto e, eis que, de asas bem abertas fui surpreendida: não sei vocês, mas eu vejo desenhados, em cada asa dela, um coração perfeito, cor de laranja. Sim, é por estas e por outras que vale a pena ter nascido.

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