terça-feira, 18 de julho de 2023

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Crescemos a ver animações da Disney, filmes e telenovelas em que "Fim" aparece após o casamento dos heróis da história. Somos levados a acreditar que depois do casamento vivemos "felizes para sempre." Mas o que não nos mostram nem ensinam é que o casamento é apenas o começo do caminho. E não é um caminho linear, aberto, repleto de flores e rosas, com dias sempre bonitos e solarengos. Na verdade, é um caminho cerrado que vamos abrindo juntos, construindo juntos, desbravando juntos, contornando ou retirando obstáculos quando necessário. O amor não é um ponto de chegada: é só o ponto de partida. O amor é dar as mãos e decidir trilhar um caminho juntos. É aí, nos primeiros passos, que tudo realmente começa. E não é fácil, porque cada um tem a sua forma de caminhar, o seu passo, a sua ideia de como abrir o caminho, o seu tempo de pausa, a sua evolução. Nem sempre vamos estar exatamente lado a lado, e nem sempre vamos concordar facilmente sobre que caminho seguir. Nem sempre vamos ter o mesmo ânimo. Por vezes, os dois correm juntos e, outras vezes, um carrega o outro. É por isso que o amor é, acima de tudo, uma escolha, uma decisão: amar é continuar, permanecer, é dar as mãos e não largar, mesmo quando está difícil, principalmente quando está difícil. Porque é aí que o amor se fortalece, floresce, é aí que se cresce. Quando se vê o amor como ponto de chegada, ele é facilmente abalado em qualquer contrariedade. Quando surge a dificuldade, descarta-se para encontrar um novo, porque queremos o "felizes para sempre". Queremos "o fim". Mas o amor está no meio, no caminho. O amor é ponto de (part)ida.


(Há 14 anos a caminhar juntos, de mãos dadas.)

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