sábado, 29 de julho de 2023

151-365

 


Desde sempre, com poucos meses de vida, quando vou dar alguma coisa para o meu cão comer, antes de abrir a boca, ele cheira o que lhe estou a mostrar na minha mão. Brincava com ele "não confias em mim?" O facto de ele primeiro farejar o que lhe estou a oferecer, poderia denotar que não confia no que lhe estou a dar, que quer certificar-se que aquilo é seguro e lhe agrada. Mas a verdade é outra: é inequívoco que ele confia em todos nós aqui em casa, mas ele tem uma confiança cega e inabalável na sua sabedoria interna, inata. Há uma inteligência que permeia toda a Natureza, que faz as aves voar em bando, os peixes nadar em cardume, a semente germinar, mantém os nossos corpos em funcionamento, a Terra a orbitar em volta do Sol. Essa mesma inteligência inata, faz o Théo cheirar tudo o que lhe dou, espreguiçar-se sempre que se levanta, jejuar quando se sente doente, abanar o corpo para equilibrar a energia ou regular a respiração sempre que sente necessário. Nós, seres humanos, somos parte dessa Natureza e essa mesma inteligência inata também nos permeia. Mas andamos esquecidos dela. Ou não confiamos nela. Esses mesmos gestos do Théo, de perceber o que nos faz bem ou não, de movimentar o corpo para o manter equilibrado e alinhar a energia, de jejuar quando necessário, deveriam ser mantidos por nós. Seremos mais saudáveis e emocionalmente equilibrados se reaprendermos a ouvir o nosso corpo e a nossa intuição. Eles sabem. Acredite.

Sem comentários:

Enviar um comentário