quinta-feira, 27 de julho de 2023

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Hoje passei por um ipê amarelo "bebé". As flores são lindas e perfeitas como num ipê "adulto". A diferença é que a árvore tinha mais ou menos a minha altura e um aspecto frágil. Uns metros à frente, estava um ipê roxo "adulto", enorme. Mal conseguia abraçar o tronco com os braços! (O ipê amarelo, qualquer um poderia arrancar com as próprias mãos.) Pensei em quantos anos separam as duas? Por quantas intempéries aquele imenso ipê roxo passou até atingir aquela grandiosidade? O pequeno e singelo ipê amarelo não faz ideia do caminho que o espera, das chuvas, ventos e sol escaldante que vai enfrentar até se tornar uma enorme e frondosa árvore, como o roxo. Mas aquela pequena árvore já tem, em si, tudo o que precisa para, um dia, ser uma árvore esplendorosa como o outro ipê roxo. As suas raízes estão, dia a dia, a espalhar-se e fincar-se mais fundo na terra. Os seus arbustos estão, dia a dia, a crescer em direção ao céu. O pequeno ipê amarelo já é o incrível e magnânime ipê amarelo que veremos no futuro. Ao passar por ele e, momentos depois, pelo roxo, foi como viajar no tempo: vi a sua futura manifestação. Assim é com cada um de nós: já temos em nós tudo o que precisamos para, um dia, manifestarmos a melhor versão de nós mesmos. Por mais frágeis que estejamos, por mais que pareça impossível evoluir da situação atual para uma melhor versão no futuro. Nós já somos exatamente tudo aquilo que nascemos para ser. Às vezes só temos de nos lembrar disso - e esquecermo-nos de quem não somos - para podermos Crescer.

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