quarta-feira, 19 de julho de 2023

143-365

 


Esta semana fomos ao parque e, ao caminhar na relva, lembrei-me da primeira vez que o Mateus sentiu a relva nos pés. Tinha um ano. Ficou parado. Estático. A ensaiar caretas. Depois, ganhou coragem e começou a caminhar lenta e cuidadosamente, levantando muito os pés a cada passo, e parando a cada segundo. Como se estivesse a saborear a relva, a pouco e pouco, a tentar perceber se estava a gostar ou não da experiência. Em poucos minutos já corria e gargalhava! Embora cada vez que caísse, fizesse caretas ao sentir a relva nas mãos. Eu adoro sentir a relva nos pés, deitar-me nela a olhar para o céu, sentir as pontinhas das folhas na palma da mão, sentir o cheiro da relva. Mas o que para mim é relaxante, revigorante, para outras pessoas é desagradável. Assim como adoro ver o mar! Entrar na água, então, é um absoluto bálsamo para a minha energia! Mas há quem tenha fobia de água, quem fique desconfortável ou mesmo assustado. Não há receitas mágicas. O que funciona para uma pessoa, não necessariamente funciona para outra. Não é a pessoa que tem que se encaixar numa solução, mas é a solução que se encaixa na pessoa. Todos temos coisas que nos energizam, que nos renovam o ânimo, e é preciso descobrir quais. É imperativo que o investiguemos, e que o façamos da mesma forma que o Mateus fez quando tinha apenas um ano: experimentando, tentando, sem pressa, abrindo-se às experiências. Sem ideias pré-concebidas, sem bloqueios, sem julgamentos. Procure na Natureza. Quando nos conectamos com a Natureza, o nosso eixo alinha-se. Porque nós e a Natureza somos feitos da mesma matéria. Somos partes distintas do mesmo Corpo. Percebê-la, é perceber-se. Deixar-se envolver por ela, é diluir-se no Todo. E quando nos percebemos parte do Todo, tudo se encaixa.

Sem comentários:

Enviar um comentário