sexta-feira, 28 de julho de 2023

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Um dia destes, fui com o meu filho ao parque andar de bicicleta. Estávamos na ciclovia, o Mateus à minha frente e, quando nos cruzámos com uma bicicleta familiar (em que duas pessoas pedalam e outras 2 crianças podem ir acomodadas) que vinha na outra direção, eu ouvi a voz de uma menina gritar eufórica "Era o Harry Potter!! Mãe, eu vi o Harry Potter!!" Não é a primeira nem segunda nem terceira vez que comparam o Mateus ao ator que interpreta Harry Potter. Ele, embora fã da saga, não fica particularmente feliz. Mas desta vez, eu disse-lhe o quão encantada aquela menina ficou por acreditar que tinha acabado de passar pelo Harry Potter a andar de bicicleta no mesmo lugar que ela! Acreditar que o viu de tão perto. Pouco importa se o Mateus não é o Harry Potter, porque para aquela menina, era, e isso fê-la genuinamente feliz. Lembrei-me de como eu fiquei maravilhada quando tinha uns 4 anos de idade e um professor meu atirou uma corda ao ar e nos disse "Olhem aqui um pedacinho de nuvem na corda!" Ninguém viu realmente nuvem ali, mas todos acreditámos que estava lá e, por isso, parecia-nos que a corda estava mais clara naquele lugar e gritávamos "Viste?! Viste?!" com aquele brilho nos olhos que as crianças têm melhor que ninguém. Não era nuvem ali, mas aquele momento fez-nos acreditar que é possível tocar o céu, fez-nos acreditar que não há impossíveis. Não era o Harry Potter ali, mas talvez agora a menina acredite que a Magia é real. E eu espero que continue a acreditar, mesmo quando perceber que era só um menino parecido com o Harry Potter. Porque a Magia existe e realmente não há impossíveis nesta vida.

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