sexta-feira, 7 de julho de 2023

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Nesta última semana temos tido o canal SIC Internacional aberto. Não acompanhei as novelas, por isso, não percebo os enredos, mas gosto de ver os lugares, as paisagens, e é bom rever caras conhecidas, vozes familiares. Algumas pessoas estão quase iguais e, em outras, o tempo vai deixando as suas marcas. Ao longo da programação, vão aparecendo velhos conhecidos: Rodrigo Guedes de Carvalho, Júlia Pinheiro, Diana Chaves, João Baião, Ana Marques. É interessante ver as notícias dadas de outra forma, com outra visão do mundo, do outro lado do oceano. Somos brindados com alguns programas de variedades. Aqueles típicos em qualquer país, com conversas amenas, convidados famosos, histórias "lamechas" de "gente como a gente", dicas sobre todo e qualquer assunto. Em algum programa desses, o Marco Paulo era o homenageado. Esse ícone da música popular portuguesa de que a minha avó tanto gostava e que nos rendia, a todos, muita diversão em festas populares! Nunca fui fã dele, mas gostei de o rever. Tive uma surpreendente reação de "Olh'ó Marco Paulo!..", como se de um vizinho ou ex-colega de escola se tratasse. Lembrei-me de uma conversa que tive com um amigo há anos atrás sobre ser emigrante. De como ambos tínhamos a mesma percepção: coisas banais ganham outro significado. Uma comida, um pão, uma outra pessoa a falar com o nosso sotaque, uma reportagem na televisão sobre qualquer coisa de Portugal, ouvir o hino nacional é capaz de nos levar às lágrimas! E damos por nós, inclusivamente, a tolerar ou até a ficar felizes por ouvir músicas de que nem gostávamos. Mas, ao ver agora a SIC Internacional, percebi que esse nosso nível de tolerância não é tão alargado. Por mais saudades que tenha de casa, do meu país, há algumas coisas a que não consigo assistir. Alguns (pretensos) programas de humor e, principalmente, a programação de domingo à tarde. Não consigo ver mais do que alguns minutos...É verdade que há gostos para tudo, e a SIC Internacional pretende ser um espaço democrático, que leva um pouco de tudo a todos os que estão fora do país. E nós, aqui espalhados pelo mundo, agradecemos. Ainda assim, perdoem-me os fãs desses programas e perdoe-me a SIC a quem realmente estou grata por trazer um bocadinho de Portugal até mim, mas lembrei-me de uma frase que a minha professora de História da Música costumava dizer: "gostos não se discutem...lamentam-se." 


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