sexta-feira, 28 de julho de 2023

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(Ainda sobre impossíveis...) Comecei a andar de bicicleta com 3 ou 4 anos. Com 5 já andava sem rodinhas. Mas nunca, em 42 anos de vida, consegui andar sem a ajuda das mãos. Fui tentando algumas vezes, mas perdia o equilíbrio nos primeiros segundos. Parecia-me completamente impossível! Quando via outras pessoas a pedalar tranquilamente por incontáveis metros sem precisar da ajuda das mãos para se equilibrar eu simplesmente não entendia como aquilo era possível.
Na semana passada andei duas vezes de bicicleta. No primeiro dia, reparei que o meu filho, que é canhoto, quando segura com uma mão só, elege a direita, e eu, que sou destra, elejo a esquerda. Achei o facto curioso, e comecei a andar com uma mão só, mas a direita. Depois de ficar confortável e trocar de uma para a a outra, arrisquei começar a tirar ambas as mãos. Pela primeira vez na vida, consegui manter o equilíbrio por uns míseros mas muito celebrados por mim 5 segundos. Foram suficientes para eu adquirir uma nova crença: isto é possível! Fui tentando, e aconteceram algumas sequências de 3, 4, 5 segundos. No segundo dia, comecei a tentar e lá foram aparecendo os mesmos cerca de 5 segundos. Resolvi, então, começar a respirar pelo nariz, manter a respiração consciente, tranquila. E sempre com a crença "eu consigo fazer isto." Os 5 segundos passaram a 10. Comecei a prestar atenção no corpo, no movimento das pernas, na melhor forma de manter o equilíbrio, ao mesmo tempo que mantinha o foco na respiração nasal e cadenciada. Terminei o dia com inacreditáveis 45 segundos sem precisar da ajuda das mãos, conseguindo, inclusivamente, desenhar uma leve curva.
Não há impossíveis. 

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