sexta-feira, 3 de março de 2023

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Esta semana, uma aluna perguntou-me que religião sigo. Respondi que não sigo nenhuma em particular. Ela não ficou satisfeita com a resposta, e insistiu "Mas você é de qual?" "Nenhuma..." Ela não desistiu "A sua mãe é de qual religião?" "Católica." "E o seu pai?" "Católica também." Ela abriu um sorriso e disse, com aquele ar de quem descobriu a pólvora, "Pronto! Então você é católica também!" Correndo o risco de a desapontar, respondi "Bom, não é porque os meus pais são que eu sou... Cada um pode seguir a religião com que mais se identificar." "Sim...", continuou ela "Mas se a sua família é uma coisa, é normal que você também seja..." Achei curioso esse conceito de "herdamos" a religião da nossa família. Parece-me que religião e espiritualidade, são coisas que buscamos de forma muito particular e individualizada. Quaisquer crenças impostas por família ou sociedade podem ser bastante limitantes, podem bloquear a nossa busca.
Não querendo decepcioná-la totalmente, respondi "Bom, eu sou baptizada e fiz a Primeira Comunhão..." "Viu?", respondeu ela "Você é católica!" E concluí "Eu não frequento a igreja, e nem concordo com muitos dos dogmas da Igreja. Mas eu sou, sim, uma profunda admiradora dos ensinamentos e do exemplo de vida de Jesus Cristo." E voltámos à música.
Não, contrariamente ao que a minha aluna concluiu, eu não sigo uma religião. Interesso-me pelos ensinamentos de várias, principalmente porque admiro muito os exemplos de Jesus, Buda, Krishna. Acredito que todas têm muito mais pontos em comum do que diferenças. Acredito que podemos aprender com todas. Acredito que todas, na sua essência, nos ensinam como ser melhores seres humanos. Todas nos ensinam sobre buscar a nossa essência. Todas nos falam de Amor. Eu não sigo nenhuma religião, eu não me prendo a um dogma, eu sigo o meu coração. 

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