domingo, 12 de março de 2023

71-365

 


Este mês é o aniversário do meu filho. 13 anos. Inevitável pensarmos "como o tempo passa rápido!" Poucas coisas na vida nos fazem sentir tão claramente o quanto a vida passa rápido! Sim, porque é a vida que passa rápido, não o tempo. O tempo, em última análise, nem existe. É uma criação nossa, humana, para organizar a vida, mensurar as coisas. Desde os nossos ancestrais, sentimos essa necessidade. Eles faziam-no através do sol, das constelações, das estações do ano. Nós, através de segundos, minutos, horas, dias, meses, anos. E mesmo o tempo que mensuramos de forma cada vez mais precisa, é sentido de forma muito diferente. Vejamos estes 13 anos do Mateus: para nós, pais, voaram. Para ele  provavelmente, demoraram a passar. Eu lembro-me que, em criança, os anos arrastavam-se! Das férias do verão até às seguintes parecia uma eternidade! Agora, cada ano parece um piscar de olhos. Enquanto escrevo a palavra "tempo" este momento transformou-se em passado. Deixou de existir. As palavras que escreverei daqui a alguns segundos, não existem ainda. Quanto muito, existem aqui, agora, apenas na minha cabeça. Então, o único momento em que tudo existe é este: agora. Quando pensamos sobre o passado ou o futuro, é agora. Tudo acontece agora. Tudo é agora. Este instante em que escrevo é agora. Daqui a uns minutos, horas ou dias vocês vão ler estas palavras e, para vocês, é agora. O tempo em que vivemos é sempre o Presente. E é a cada momento Presente que a vida passa tão rápido. E é cada momento efémero que tem, em si, o potencial de se eternizar em nós. Agora.

* Recomendo, sobre este assunto, o documentário "quanto tempo o tempo tem" que está no catálogo do Netflix.

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