sábado, 18 de março de 2023

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Somos a única espécie que tem a capacidade de se auto-regular. Podemos, por exemplo, manipular a nossa respiração para modificar o nosso estado mental - respirações profundas e ritmadas ajudam, por exemplo, a lidar com situações de stress e ansiedade. Também podemos escolher que pensamentos permitimos que corram na nossa mente: substituir pensamentos negativos e autodestrutivos por outros positivos e que nos elevam, é outra excelente ferramenta para auto-regular o nosso estado mental e emocional.
Claro que estas ferramentas são fáceis de entender mas exigem treino para ser colocadas em prática. Mas o que não exige treino? Qualquer nova habilidade o exige: aprender a nadar (ou outro desporto novo), aprender a cozinhar, uma língua nova, um instrumento musical. Tudo exige prática. E, assim como na aprendizagem de um desporto ou outra habilidade, há dias em que o progresso é visível enquanto noutros, a estagnação - ou, até a regressão! - acontece. Dizer "ah, meditar não é para mim, porque sou demasiado agitado" depois de ter tentado apenas uns dias ou semanas é o mesmo que dizer "ah, nadar não é para mim" depois de meia dúzia de aulas. As coisas levam tempo, e exigem a nossa dedicação. Persistência. Paciência. E há dias em que, realmente, tudo é mais difícil, por causa das circunstâncias e revezes do dia-a-dia. Há dias em que nem apetece. Dá preguiça, desânimo. (É mais fácil deixar-se seguir na espiral do negativismo do que procurar auto-regular-se, por exemplo). E é precisamente nesses dias que mais vamos beneficiar das práticas. Assim como vencer a preguiça e o desânimo e entrar na água para nadar ou calçar os ténis para correr nos vão dar um ganho de autoconfiança, por exemplo. A cada dia que conseguimos contornar um estado de espírito e, conscientemente, gerar outro, também ganhamos confiança na nossa capacidade de o conseguir fazer. Sempre que ultrapassamos uma limitação nossa, é uma vitória. 

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