segunda-feira, 6 de março de 2023

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Procrastinação. Um termo que muito se ouve e fala por aí hoje em dia. Segundo o dicionário é
ato ou efeito de procrastinar; adiamento, demora, delonga. Em bom português (de Portugal) é "empurrar com a barriga". Quem nunca? Adiamos aquela roupa para passar, aquela arrumação na casa, ficamos na cama mais 5 minutos depois do despertador tocar. Este tipo de coisas, é fácil de entender por que adiamos. Não as queremos fazer porque preferimos ocupar o nosso tempo com coisas mais agradáveis. Mas também adiamos enviar aquele currículo, embora queiramos muito aquele emprego, adiamos fazer aquela pergunta, embora queiramos saber a resposta, adiamos começar aquele projeto, embora ele não saia da nossa cabeça. Às vezes, adiamos por sentir que a tarefa é demasiado complicada, desafiadora. Nesse caso, como sugere Jim Kwik, a melhor estratégia é decompor a tarefa em tarefas menores que, a cada vez que são concluídas, nos dão um ganho de confiança. Porque a maior questão da procrastinação é o medo. Queremos enviar o currículo, mas morremos de medo de não conseguir o emprego. Queremos saber a resposta,  mas morremos de medo de ser rejeitados. Queremos começar aquele projeto, mas morremos de medo de não ser bons o suficiente para o concretizar. Então adiamos. Adiamos ao ponto de não fazer. De não chegar a saber se seríamos escolhidos, se seríamos capazes. E se a nossa coragem for maior que o nosso medo? Se ao invés de arranjarmos desculpas para não fazer e ficarmos paralisados pelo medo que temos de não conseguir, nos entregarmos à acção em direção aos nossos objetivos? Temos mais a ganhar do que a perder: não agindo, garantidamente não saímos do mesmo lugar, agindo, podemos (ou não) alcançar o que tanto sonhamos. Até porque um "não" no meio do caminho, não é definitivo. "Harry Potter", por exemplo, foi recusado por inúmeras editoras antes de ser publicado. Imagine o que teríamos perdido se J.K.Rowling se tivesse deixado enredar na procrastinação pelo medo. Felizmente para os fãs de Harry Potter, ela agiu, repetidamente, até obter o seu "sim". Todos os dias eu enfrento os meus medos e procuro dar pequenos passos que me façam sentir que não me entreguei. Por menores que sejam, esses passos movimentam-me. E isso, só por isso, já vale o esforço.

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