quinta-feira, 16 de março de 2023

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Tenho para mim que Fernando Pessoa foi o homem que melhor definiu, sem pretensão ou intenção disso, uma parte do que nós, mulheres, sentimos durante a TPM. É um cansaço profundo que se apodera de nós, vindo não se sabe de onde nem como nem porquê. Sabem aquele clássico "Bate leve levemente, como quem chama por mim"? Começa assim e, quando damos por ela, estamos afundadas num turbilhão emocional que, por vezes, torna difícil gerir a rotina. Os nervos ficam à flor da pele, a sensibilidade exacerbada, ora dá vontade de matar alguém, ora dá vontade de morrer. Tudo parece muito e, ao mesmo tempo, tudo parece pouco. E o cansaço, aquele cansaço...Um cansaço físico, pernas pesadas, corpo inchado, letárgico e um cansaço mental, porque a nossa voz interior fica arrasadora! Verdadeiramente implacável. Nem todas as mulheres passam por isso e, felizmente, as que passam não o sentem com essa intensidade todos os meses. Há meses em que tudo isso passa longe de mim. Em outros, tenho que lutar para não me deixar enredar! É preciso recorrer a todas as ferramentas (meditação, yoga, exercício físico, doce, mimos, desabafo, exercícios de respiração, uma boa leitura ou filme/série). O bom de tudo isto? Uma excelente oportunidade para colocar as ferramentas em prática e levar mais adiante a capacidade de gerir esta máquina incrível que temos: a nossa mente. E (graças a Deus!), assim como veio, o turbilhão deixa-nos! 

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