segunda-feira, 13 de março de 2023

72-365

 


Hoje estava a estudar uma música no piano que já não tocava há um tempo. Esbarrei numa passagem rápida em que, nas primeiras tentativas, senti uma hesitação na dedilhação (que dedo toca em qual tecla). Toquei uma, duas vezes, naquela mesma velocidade rápida. Embora a passagem fluísse, literalmente, tocada em piloto automático, eu sentia uma insegurança. Então, resolvi tocá-la bem lenta. Todas as dúvidas e inseguranças vieram à tona. Na velocidade lenta, já não sabia o que vinha depois do quê! Olhei calmamente para a partitura, tirei todas as dúvidas em andamento lento, tentando perceber qual a origem de cada uma e, depois, na velocidade rápida, ganhei confiança novamente.
Isso fez-me refletir: quantas vezes na vida também seria essencial sair do "piloto automático", parar, desacelerar e, dessa forma, tentar entender como e porquê fazemos esse caminho automático? Quando desaceleramos, cada gesto se torna evidente, cada dúvida oculta se faz manifesta, cada intenção se revela. Então, desacelere. Permita-se um tempo para se observar, em andamento lento, para ganhar confiança na rapidez frenética e automática dia-a-dia.

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