A seleção portuguesa de futebol feminino vai, pela primeira vez, participar de um Campeonato do Mundo!
Nesse ponto, eu sempre senti que nasci no tempo errado. Quando eu era miúda, adorava jogar futebol! (Ainda adoro, admito.) Era, sem dúvida, uma das minhas coisas favoritas. Naquela época, eu era uma das únicas meninas que gostava de jogar futebol e, na escola, passava os intervalos a jogar com os meninos. Modéstia à parte, jogava tão bem quanto a maioria deles. Os meninos da minha turma nunca se importaram que eu participasse. Incluiam-me. Os meus pais também nunca se preocuparam com isso. Se achavam estranho, nunca, em momento algum, o exteriorizaram. Sempre respeitaram os meus gostos, a minha maneira de ser, e sou-lhes grata por isso. Aliás, a minha mãe, com uma dose considerável de sacrifício, acordava cedo no sábado para me levar aos treinos na escola de futebol que frequentei por um tempo - onde, mais uma vez, era uma das poucas meninas - e o meu pai jogava comigo e com o meu irmão nos parques e quadras sem o menor complexo que se lhe percebesse. Até à adolescência, ninguém fazia pouco de mim por eu ser uma menina-maria-rapaz. O meu irmão também nunca se mostrou preocupado de jogar comigo na escola ou nos treinos dele - aliás, costumamos brincar que eu é que lhe ensinei os primeiros pontapés na bola. Depois houve um período em que alguns colegas na escola me provocavam "a Joana é 'macha': joga futebol!" Eu, claro, não gostava, mas não deixava de jogar por causa dessas brincadeiras e comentários infelizes.
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