sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

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A pandemia mexeu, claramente, com a cabeça de muita gente. Fico atónita com a quantidade de notícias que vemos aparecer na televisão de discussões no trânsito, lojas, restaurantes que acabam em pancadaria ou, mesmo, em tragédia. As pessoas parecem panelas de pressão prontas a saltar-lhes a tampa por tudo e por nada.

Quando a pandemia começou, eu fui uma das eternas optimistas incorrigíveis que acreditou que a humanidade iria sair melhor daquilo tudo. Que, talvez, toda aquela experiência nos fizesse repensar prioridades, que o melhor em nós iria aflorar, pois iríamos perceber que somos todos iguais, que estamos todos conectados, que somos mais fortes quando nos apoiamos uns aos outros. Se, para algumas pessoas, isso é, felizmente, verdade, para outra parte, parece que aflorou o egoísmo, a impaciência, a intolerância. Haja visto que, mal tínhamos começado a respirar da pandemia, já uma guerra se iniciava, guerra essa que, lamentavelmente, perdura até hoje. Parece-me tão incompreensível que, em pleno século XXI, continuemos a viver este tipo de confronto de forma tão primitiva e desumana. Parece-me tão incompreensível que não tenhamos evoluído mais, enquanto sociedade. Uns continuam a achar-se superiores aos outros. A falta de tolerância é gritante. Uma palavra mais torta, e a pessoa já reage. Hoje em dia, qualquer esbarrão acidental na rua pode acabar em discussão ou confronto físico. Muitas pessoas parecem estar fora de controle, descontam a sua raiva em tudo e todos. Mas, eu continuo a ser uma incorrigível optimista. Por isso, faço a única coisa que está no meu controle: a minha parte. Independentemente das atitudes dos outros, procuro exercer a minha tolerância, gentileza, e empatia. "Seja você mesmo a mudança que deseja ver no mundo", disse Ghandi. Talvez essa seja a forma de evoluírmos como sociedade: cada um de nós melhorar um bocadinho a cada dia. Afinal, embora alguns de nós teimem em não acreditar, somos todos pequenas partes de um imenso e único organismo. Somos minúsculas engrenagens de um enorme mecanismo. Por isso, qualquer melhoria em qualquer engrenagem, reflete-se numa evolução do mecanismo. Acredite: cada um de nós pode fazer a diferença. Seja a diferença! 

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