sábado, 4 de fevereiro de 2023

35-365

 


Partilho sempre com os meus alunos uma frase atribuída a Beethoven "mais vale um erro com convicção do que um acerto sem convicção". Uma nota certa tocada "a medo" não convence o público. O ouvinte pode ser levado a pensar "será que está a tocar certo?" Uma nota errada tocada com convicção "ilude" o público. O ouvinte pode pensar "esta parte era mais estranha" ou, pode simplesmente nem se aperceber de nada (caso não conheça a obra em questão). Quando estávamos a tocar em aula, o meu professor gritava, nas passagens mais difíceis das obras, "Fé! Fé!" É preciso acreditar para vencer o medo. Ninguém se atira de uma prancha fazendo vários mortais e piruetas antes de entrar na água se não acreditar que é capaz. Ninguém abre uma empresa se não acreditar que vai ter êxito. Ninguém tenta mudar um hábito se não acreditar na sua disciplina. Ninguém enfrenta um tratamento complicado se não acreditar na cura. Ninguém abre o seu coração se não acreditar que está num lugar seguro. Ninguém se arrisca sem acreditar no seu potencial.
Medo, todos sentimos. O que é importante é não nos deixarmos paralisar por ele. A questão não é quão forte é o seu medo, mas quão grande é a sua fé. Em que é que acredita? É isso que o leva para a frente (ou não). Não é o medo que nos estagna, é a nossa incapacidade para acreditar.

Sem comentários:

Enviar um comentário