sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

48-365

 


O quanto as circunstâncias externas definem a forma como nos sentimos? Parece óbvio que, quando a vida nos corre bem, sentimo-nos bem, e quando a vida não corre bem, sentimo-nos mal. Mas será que esta equação é tão linear assim?
O que significa a vida "correr bem" ou "mal"? Corre bem quando está de acordo com o que achamos que deveria ser, e corre mal quando as nossas expectativas estão frustradas. Então, podemos dizer que, por mais incrível que pareça, não somos diferentes da criança de 4 anos que fica feliz quando brinca ou come o doce, e faz birra quando tem de comer os legumes ou dormir no horário que os pais mandam? Quando as circunstâncias externas suprem as nossas expectativas, ficamos bem, quando as põem em causa, ficamos mal. Isso torna-nos totalmente escravos das circunstâncias, escravo dos outros! Este é um conceito que já senti na pele várias vezes e trabalho constantemente em mim: o que acontece à minha volta não depende de mim, mas a forma como reajo ao que acontece, sim. Sadhguru fala muito sobre esta temática: somos totalmente responsáveis pela nossa vida, sendo responsabilidade a capacidade de dar resposta. É um conceito muito fácil de se entender e bem mais difícil de se colocar em prática. É muito mais fácil ceder a todas as razões que encontramos para não estarmos bem: "não tenho dinheiro", "não tenho uma relação", "não tenho saúde", "o chefe/namorado/a mãe/pai filho/a dá-me cabo da paciência!" É fácil pôr a culpa nos outros, ou nas coisas. Mas diz Sadhguru "a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional". Há sempre coisas que são difíceis de enfrentar na vida, mas o tipo de resposta que damos a esses eventos faz toda a diferença na forma como nos sentimos. Wayne Dyer diz "quando mudamos a forma de olhar para as coisas, as coisas para as quais olhamos, mudam." A forma com que escolhemos olhar para as coisas é nossa responsabilidade. E tudo começa com uma decisão. Todas as vezes em que passei momentos de muito desânimo, em que era fácil ceder às dificuldades, entregar-me, o primeiro passo para recuperar foi uma simples - ainda que complexa - escolha. Eu decidi não me render, com as ferramentas que tinha, com a realidade que se me apresentou, da forma que foi possível, um dia de cada vez, eu decidi mudar a forma de ver as coisas. Eu decidi ser feliz, fazer-me feliz, comprometer-me a ser responsável pela minha felicidade. Uma decisão que sou obrigada a renovar, vezes sem conta, cada vez que as circunstâncias me desafiam.
Então, volto à primeira pergunta: o quanto as circunstâncias externas definem a forma como nos sentimos? O quanto o permitirmos. Por mais difícil que seja, por mais que esteja a doer agora, por mais incerto que lhe pareça o futuro, por mais desesperante que seja a situação: saiba agora, neste momento, que a sua felicidade está nas suas mãos! Decida agora que resposta vai dar à situação que está a enfrentar. Nenhuma situação o define: é a sua resposta que o define. Então, escolha fazê-lo da melhor forma possível.

Sem comentários:

Enviar um comentário