quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

47-365

 



Hoje à tarde, quando saí de casa, começou a chover. Primeiro uma chuva fraca, depois foi ficando mais forte. Olhei para o céu e reparei que estava sol. Imediatamente comecei a vasculhar nas brechas de céu azul: talvez um arco-irís estivesse por ali! Não. Embora estivesse uma chuva forte e um sol resplandecente, nenhum arco-íris se fez visível. No final do dia, a chuva ficou forte, acompanhada de vento, fiquei encharcada no caminho para casa, pés ensopados, roupa que dava para torcer! Lembrei-me do arco-íris que não vi hoje mais cedo. E percebi que contemplar o arco-íris e ter de lidar com a roupa molhada e fria no corpo têm uma coisa em comum: ambas são transitórias. Tudo passa. O arco-íris é temporário, a roupa molhada no corpo é despida em casa e trocada por outra seca e confortável.
A vida é assim mesmo: em constante movimento, em constante mudança. É essencial que possamos aprender a aceitar essa realidade perene das coisas. A sabedoria popular já diz "não há bem que sempre dure nem mal que nunca se acabe." Curta o arco-íris, mas saiba que ele vai desaparecer. Não se desespere com os pés ensopados porque tudo seca.
Nem sempre encontramos aquilo que procurávamos, mas a beleza da vida também é ser surpreendido e, principalmente, é aprender a dar cor a um dia em que nos faltou o arco-íris. E nunca, nunca podemos deixar de os procurar! Não me lembro onde li esta frase, mas anotei-a, há muitos anos, numa folha que ainda guardo e nunca a esqueci: "Devemos escolher um caminho que não tenha fim e, ainda assim, caminhar sempre na expectativa de o alcançar." E, ao escrever este texto, lembrei-me que, hoje de manhã, reparei numa estátua que está na Avenida Paulista com a seguinte inscrição: "acharei o que procuro ou morrerei na empresa." E, assim, termino este dia de intempéries. (Sempre à procura.)

Sem comentários:

Enviar um comentário